Variação entre reajustes deve-se aos
critérios adotados pelo governo federal para o salário e aposentados.o Brasil,
enquanto o salário mínimo sobe de elevador aposentadorias e pensões superiores
ao piso de beneficio, pagas pela Previdência Social, estão indo pela escada. Em
13 anos, entre junho de 2000 e janeiro de 2013, o reajuste total do salário
mínimo ficou em 349%. No mesmo período, as aposentadoria e pensões acima do
salário mínimo receberam 143,9% de aumento. Uma diferença de 84% nos reajustes.
Para ficar claro o impacto que essa
diferença provoca no bolso do aposentado, suponha que um segurado se aposentou
com um benefício inicial de R$ 1.300,00 em junho de 2000, hoje ele ganharia R$
3.170,51 do INSS. Se esse benefício tivesse recebido os mesmo índices de
correção aplicados ao salário mínimo no período, sua renda atual seria de R$
5.837,09, ou seja, R$ 2 666, 58 a mais. Daí a sensação que o segurado tem de
estar recebendo metade do valor com que se aposentou. Os cálculos são do
atuário Newton Cezar Conde, diretor da Conde Consultoria Atuarial e professor
da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
(Fipecafi). Ele explica que a diferença entre os reajustes ocorre por causa dos
critérios distintos de atualização adotados pelo governo para o salário mínimo
e para as aposentadorias acima do piso previdenciário.
Sistemática de correções:
O salário mínimo é corrigido pela
inflação do último ano mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois
anos atrás. As aposentadorias superiores ao piso de benefício são atualizadas
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, acumulado nos 12
meses anteriores. O objetivo é dar ganho real (aumento acima da inflação) ao
salário mínimo.
Essa política de valorização do salário
mínimo vem sendo aplicada desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Na adoção
do Plano Real, em julho de 1994, o salário mínimo equivalia a US$ 64. O mínimo
atual, de R$ 678,00, equivale a US$ 320, pela cotação de R$ 2,114, de 29 de
maio.
Perdas e Inflações:
Entretanto, Conde diz que não dá para
afirmar que os aposentados que recebem acima do piso acumularam perdas no
período. Ganho ou perda vai depender do índice de inflação que você comparar a
correção do benefício.
Se a aposentadoria do segurado do nosso
exemplo tivesse sido corrigida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços -
Disponibilidade Interna), da Fundação Getúlio Vargas, durante os 13 anos, em
vez de R$ 3.170,51 mensais, ele estaria recebendo R$ 3.626,07. Portanto, na
comparação com o valor atualizado por esse índice, ele acumulou uma perda de
12,6%.
Se durante o período tivesse sido
aplicado o Índice Preço ao Consumidor - Amplo (IPCA), do IBGE, considerado o
índice oficial de inflação, seu benefício hoje seria de R$ 2.907,20. Nessa
comparação, ele obteve um ganho de 9,1%.
Pagamento:
A Previdência Social informou que
inicia nesta segunda-feira (3), o depósito do benefício de maio para os
aposentados que ganham acima do salário mínimo. Hoje também será realizado o
crédito para o segurado que possui cartão magnético com final 1 ou 6,
desconsiderando o dígito de controle; na terça-feira, para quem tem cartão com
final 2 ou 7; e assim sucessivamente. O pagamento se estenderá até o dia 7.
Desoneração da folha vai tirar R$ 19 bi
da receita de São Paulo. As desonerações da folha de pagamento deverão reduzir
em R$ 19,3 bilhões a arrecadação previdenciária em 2014. O valor representa
cerca de 5% da arrecadação para o ano, segundo previsão do Ministério da
Previdência. A informação está em documento anexado ao projeto da Lei
Orçamentária de 2014 enviado ao congresso pelo Executivo em abril.
Além disso, equivale a 63% do déficit
previdenciário previsto para o ano que vem, de R$ 30,465 bilhões, de acordo com
o documento "Projeções Atuariais para o Regime Geral de Previdência
Social" anexado no mesmo projeto de lei. O impacto previsto para 2013 é de
R$ 16 bilhões.
O governo desonerou cerca de 40 setores
para estimular a competitividade e aquecer a economia, alterando a contribuição
previdenciária paga pelas empresas. Pela proposta, fica zerada a alíquota de
20% sobre a folha de pagamentos. Em contrapartida, as empresas pagam um
percentual sobre o faturamento bruto, resultando num desembolso menor para a
Previdência Social. A Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada, a medida
provisória da desoneração.
Setores que no ano passado foram
beneficiados com a desoneração da folha de pagamento afirmam que a medida tem
permitido maior formalização do trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário