Edição do
dia 11/04/2013
11/04/2013
14h42 - Atualizado em 11/04/2013 14h43
Comissão do Senado aprova
projeto que prevê a chamada desaposentação
Projeto garante direito a uma revisão no valor do
benefício.
Novo valor leva em conta o tempo de trabalho após a aposentadoria.
Novo valor leva em conta o tempo de trabalho após a aposentadoria.
Marina
Franceschini Brasília
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou o
projeto que prevê a chamada desaposentação. O nome é estranho, mas a ideia é
simples: garantir ao aposentado, que continua trabalhando, o direito a uma revisão
no valor do benefício.
Pela proposta, o aposentado que voltou a trabalhar
e a contribuir para o INSS vai poder trocar o benefício atual por um mais
vantajoso.
Se a lei sair, Paulo Adriano, encarregado de
supermercado e aposentado, vai pedir a revisão do cálculo. Ele é aposentado,
mas voltou a trabalhar há oito anos para melhorar a renda. “Se temos esse
direito, nós vamos pedir a revisão e vai engordar um pouco a aposentadoria”,
comenta.
O novo benefício vai levar em conta quanto tempo o
trabalhador ficou na ativa depois de se aposentar e todas as contribuições que
ele fez ao INSS nesse período. “Se a pessoa continua trabalhando e continua
contribuindo, automaticamente ela deveria ter direito a uma revisão na sua
aposentadoria”, diz Sandra Sipp, jornalista e aposentada.
A advogada Thaís Riedel, especialista em direito
previdenciário, diz que a desaposentação pode ser um bom negócio, para
quem se aposentou por tempo de contribuição e com pouca idade, mas nem sempre
vale a pena. “A gente sempre tem que olhar individualmente cada caso. Se
eventualmente, a pessoa teve salários posteriores inferiores, ou se aposentou
numa regra anterior mais benéfica, nem sempre vai valer a pena ai essa nova
aposentadoria”, alerta.
O governo não reconhece o direito de recalcular a
aposentadoria. Quem quiser revisar o valor tem que entrar na Justiça. Hoje, há
cerca de 24 mil ações desse tipo nos tribunais. Muitas delas aguardam uma
decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto, mas ainda não há previsão
de quando o caso será julgado.
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, diz que
o projeto aprovado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado provocaria um
rombo de R$ 70 bilhões nas contas do INSS. “Se pudesse pagar, tudo bem, mas não
há a menor viabilidade”, declara.
O texto estabelece que o segurado não terá que
devolver o dinheiro que já recebeu do INSS. Esse é um ponto importante, já que
muita gente que conseguiu a desaposentação na Justiça foi obrigada a ressarcir
o que já tinha recebido da Previdência Social. Se não houver recurso para
votação no plenário do Senado, o projeto vai direto para votação na Câmara dos
Deputados
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